aviacao-1175572

Fernando Silva é um dos funcionários que cuida do Centro Histórico: “Pesquisando, conheci ?causos? incríveis”

A antiga sala da secretaria do Aeroclube de Campinas, no Campo dos Amarais, foi reformada e adaptada para se transformar em um charmoso centro de memória, que expõe equipamentos, fotografias e documentos antigos para contar a história da aviação na cidade. O acervo foi colhido desde 2007, por funcionários da própria entidade, que vasculharam arquivos e ainda catalogaram o material doado por antigos associados.

Inaugurado no último dia 28, o Centro Histórico impressiona os visitantes com fotografias raríssimas e legendas com informações desconhecidas pela maior parte dos campineiros. Existe, por exemplo, a foto de um dos primeiros hangares do aeroporto, construído em 1938 com ajuda do governo alemão. Um ano antes do começo da 2 Guerra Mundial, eram boas as relações as relações do governo brasileiro com líderes nazistas que, em seguida, seriam declarados inimigos.

Também há imagens como a dos primeiros brevetados, “batizados” com banho de óleo. Ou de personalidades ilustres como Ada Rogato, pioneira da aviação, posando para foto no meio da turma de marmanjos, e desafiando a cultura machista da época. O memorial também é uma homenagem a campineiros que aprenderam a pilotar nos Amarais, e fizeram carreiras marcantes, como comandantes de jatos de última geração, mundo afora.

Logo na entrada, o visitante se depara com um painel afixado na parede, com nome de cada um dos campineiros que tiraram o brevê por ali. A lista começa a primeira turma, de 1939, formada por Manoel de Castro Souza, Antônio Moraes Teixeira, João Ferreira da Cunha e Manoel Alexandre Marcondes Machado Filho (que seria eleito o segundo presidente do aeroclube, e que aparece em diversas fotos históricas, dando entrevistas).

Também há uma mostra respeitável de matérias publicadas em jornais, destacando as diversas fases de ampliação do aeroporto. Desde a inauguração da pista de pouso à divulgação recente de projetos do governo estadual para a privatização dos serviços. Sob as vitrines, há brevês muito antigos, acesórios, cartas aeronáuticas, manuais de formação de pilotos.

E a garotada vibra com uma maquete belíssima do aeroporto, com miniaturas de aeronaves usadas desde os primórdios. A “frota” tem Paulistinhas, Cessnas, os argentinos Aeroboeros, Coriscos. e um Twin Comanche Muitos são réplicas, por sinal, de aviões que, apesar de fabricados nas décadas de 60 ou 70, continuam úteis, ativos.

Um dos funcionários responsáveis pela instalação do memorial é Fernando Silva, auxiliar administrativo do aeroclube. O rapaz, de 32 anos, fez faculdade de química, mas há quatro ano se matriculou na escola de pilotos. Gostou tanto da experiência que conseguiu emprego por ali, e sonha fazer carreira como aviador. “Passam por aqui alunos de várias idades, várias atividades. Há o cidadão interessado em pilotar por lazer. Há quem precisa pilotar para trabalhar nas fazendas. Outros sonham ser pilotos em grandes companhias”, fala. “Pesquisar me deu a oportunidade de conhecer ‘causos’ incríveis, de gente que se empenhou demais pelo progresso da aviação”, fala.

O memorial simboliza a paixão histórica dos campineiros pelo aeroclube, que hoje tem 800 associados. Com quase 75 anos de história, a entidade é uma referência nacional na formação e treinamento de pilotos, e também como clube de aviação. Mais de 1,3 mil profissionais da aviação recebem formação no local.

Leave a reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Close
Go top